segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Fani


Começamos a entender o que realmente importa quando alguém que você ama adoece.
E quando não há nada que você possa fazer pra ajudar.
Muitas vezes a gente nem sabe o quanto ama esse alguém. Mas tem aquele momento clichê em que você se dá conta que pode mesmo "perder " e dai não terá mais volta.
A gente chora, reza, corre, ajuda, acredita mas no final mesmo, depende de TANTAS outras coisas pra que esse alguém aguente firme.

Quando eu vi aquela carinha pela primeira vez, não pude acreditar como um cachorro pode ter essa carinha TÃO de "coitado". CoitadA.
Era um dia típico em Curitiba, em que o sol da manhã se tornou o nublado da tarde e que, possivelmente, virá a ser a trovoada da noite. Estava trabalhando toda atarefada e quando tive um tempinho para ir tomar café, o ti-ti-ti da cozinha era pra ver quem poderia levar esse pobre animal pra casa. Eu sabia que teria muitos problemas ao colocá-la para o lado de dentro da minha porta. Resisti, disse que não queria nem vê-la. Ela veio até a porta da sala, sentou e ficou olhando. Pitoncha.Tive que pegar no colo, e dai até entrar na minha bolsa para ir até em casa foram só 30 min. Além da imobiliária no meu pé, eu teria muitos tênis mordidos e acabados, muitos arranhões no braço e muitos papéis, cremes, livros, materiais da Facul, roupa de cama, cd's, potes e etc mordidos, a casa pintada de branco, latidos ao vento, jornais, etc.
Hoje, vendo-a amuada, fraca, cansada, com dor e desidratada, sinto que eu preciso muito mais dela, do que ela de mim. Eu é que preciso da alegria e dos arranhões na porta quando chego em casa, das patadas e lambidas na cara quando acordo, do sorriso de sair passear por uma quadra, da alegria de um osso novo e da minha Fani, do meu bebê.
Rezo a cada 30 minutos para que ela aguente firme por mais 30. Para que não vomite dessa vez. Para que algum pedaço do céu, do Universo me ajude a mantê-la aqui comigo.
Tenho tantos planos pra nós duas! Quero que ela me veja formada, chegando bêbada da formatura para me seguir até o banheiro. Preciso passear mais com ela e quando vier, ver a sua reação com o meu primeiro bebê, ver se irá gostar do jardim da casa nova, das flores que eu irei plantar e ela, tirar. Preciso de mais arranhões. Na cara e nos braços, pra dar valor a sua vivacidade, ao invés de vê-la sem forças pra nem para subir na cama.
Ela é minha amiga, minha companheira. Dos 10 passos que dou em casa, ela está nos 10 passos comigo. Ela testa os seus limites e me responde quando falo. Ela é minha amiga.
Ela é leal a mim, ela é minha companhia e meu aconchego.
E sim, como diria John Grogan de Marley e Eu:

' Se eu pudesse fazer algo para você viver para sempre, eu faria.
Você vale mais que muitas pessoas.'

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

2012


Toda vez que um ano começa, a gente renova as esperanças.
Quando renovamos as esperanças, nós fazemos planos. Planos para mudar, para salvar, para se diferenciar do que já fomos ou fizemos um dia. É claro que não fazemos planos sozinhos. Aqui e acolá, incluimos alguém no plano. "Planejo ter um filho, casar, ficar mais perto da famíia". Não vejo nada de errado nisso. A única coisa que realmente incomoda é a tal da expectativa. Você espera que isso mude, que aquilo se acerte , que se encaixe e que se entendam. Só que essa é só sua expectativa. O outro, tem expectativas diferentes, sonhos diferentes. E não dá pra cobrar que outra pessoa tenha as mesmas epectativas que você. Quando fazemos planos, incluimos as expectativas e os sonhos, nossos e alheios, juntos. Se dá errado, é uma droga. Se dá certo, ótimo! Próximo plano! Quando a gente dá muito valor a um plano e ele sai as avessas para nós, isso te derruba, diminui a vontade, te desistimula. Você se mira em um plano pra alcançar um objetivo, e nem tudo vai acontecer na ordem que deveria. E isso não é o fim. Você aprende a confiar mais em você, a correr riscos, a não ter tantas expectativas com os outros, a mudar o que pensa, a inovar. Planos devem ser vistos como uma motivação, e não como algo que DEVE acontecer. Depois dos planos de 2011, chegou um ano inteirinho para "planejar". Foram 365 em que lutamos contra problemas e corremos contra o tempo. Todos esses dias, para um ser humano trabalhar e dar duro até o limite da exaustão. Então, chega o ano-novo e estamos todos dando uma continuidade as nossas vidas, com mais esperança, mais fé em tudo e até com uma " To-do list", tudo com uma empolgação nova! Eu não sou diferente, e decidi mudar algumas coisas na minha vida. A primeira delas, seria que eu teria um diário, pra "externalizar" o que acontece comigo. Em 365 dias eu guardei tudo em mim, e senti o peso de tudo. Agora, pra me machucar menos e para, posteriormente, viver mais, resolvi dividir partes de mim neste blog.